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Como a monarquia britânica mudou em 70 anos de reinado de Elizabeth 2ª

Família real passou a ter uma relação mais próxima dos súditos e busca se adaptar às mudanças do mundo nas últimas décadas.

Postado em 02/06/2022 às 05:41 | Atualizado em 02/06/2022 às 06:28

Como a monarquia britânica mudou em 70 anos de reinado de Elizabeth 2ª

Como a monarquia britânica mudou em 70 anos de reinado de Elizabeth 2ª

A rainha Elizabeth 2ª completa 70 anos de reinado, o mais longo na história do Reino Unido, nesta quinta-feira (2). A monarca se tornou um grande símbolo da família real e em meio a tantos anos à frente do trono, seu reinado trouxe grandes mudanças para a monarquia britânica, muitas delas para acompanhar os avanços da sociedade

- Coroação televisionada 
Para Astrid Beatriz Bodstein, historiadora, criadora do perfil @royaltyandprotocol e também consultora em gestão de pessoas, etiqueta, boas maneiras e protocolo, o grande marco da mudança de comportamentos da família real acontece com a decisão de televisionar a coroação da rainha  Elizabeth 2ª. “Até então, essa era uma cerimônia extremamente sagrada e para poucas pessoas. Quando decide televisionar a coroação, a família real abre esse momento para o mundo em um processo de aproximação da monarquia do público, durante um momento pós Primeira e Segunda Guerra Mundial.”

“Até então, essa era uma cerimônia extremamente sagrada e para poucas pessoas. Quando decide televisionar a coroação, a família real abre esse momento para o mundo em um processo de aproximação da monarquia do público, durante um momento pós Primeira e Segunda Guerra Mundial.”

- Aproximação dos súditos
“Tradicionalmente os membros da família real eram ensinados a ter um comportamento distante dos súditos, mas de acordo com a demanda do público esses comportamentos começaram a mudar”, explica Astrid.

A rainha Elizabeth 2ª e seus familiares começaram a conversar com o público e demonstrar afeto com os súditos. No mês passado, durante visita à Escócia, o príncipe William quebrou um protocolo ao abraçar um idoso que se emocionou ao conhecê-lo

A princesa Diana também foi um grande símbolo dessa aproximação da família real com os súditos e costumava interagir com as pessoas que esperavam sua passagem ao chegar ou sair de seus compromissos

A rainha da Grã-Bretanha, Elizabeth II, durante a procissão do funeral do seu marido príncipe Philip, com quem ficou casada durante 73 anos. 

- 'Se permitir chorar'
“Estamos no século 21, as pessoas querem ver a rainha demonstrar emoções”, aponta a especialista. “A rainha é de uma geração da família real que foi educada para não chorar em público, mas se permitiu chorar durante o serviço fúnebre em memória do príncipe Philip."

Quando a princesa Diana morreu após um acidente de carro, em 1997, a monarca também se viu no dever de manifestar seus sentimentos em um pronunciamento televisivo, diante da comoção nacional pela perda da “princesa do povo”

- Reverência
A historiadora explica que também ocorreram mudanças em questões protocolares “Atualmente, não é obrigatório a reverência protocolar diante dos membros da realeza, ela ocorre como sugestão”, explica. 

Para ela, a mudança ocorre à medida que a sociedade discute cada vez mais a noção de igualitarismo

- Casamento entre divorciados

A aceitação do casamento de membros da realeza com pessoas divorciadas ocorreu como consequência do divórcio da princesa Margaret, irmã da rainha Elizabeth 2ª, o primeiro que ocorreu na família real.

O príncipe Charles, o primeiro na linha de sucessão, se divorciou da princesa Diana em 1996. Ele se casou novamente com Camilla Parker Bowles em 2005, que também era divorciada

Outro exemplo é o casamento do príncipe Harry com Meghan Markle, que se divorciou do primeiro marido em 2013 

- Quarta na linha de sucessão        

A princesa Charlotte, segunda filha do príncipe William e de Kate Middleton, protagonizou um acontecimento importante na família real. Mesmo com o nascimento de seu irmão mais novo Louis, ela permanece sendo a quarta na linha de sucessão ao trono.

Historicamente, as mulheres da realeza apareciam após os homens da família na fila ao trono, independente de suas idades. 

A regra mudou em 2013, com a aprovação de novas emendas ao Ato de Sucessão à Coroa

- Falar sobre tabus

Acompanhando as mudanças devido aos avanços da sociedade, os membros da família real passaram a falar sobre temas que antes eram tabus e que não se envolviam.

Os príncipes William e Harry e Kate Middleton lançaram a campanha “heads together” (cabeças juntas, em inglês), que pretende diminuir o estigma em relação à saúde mental

A família real também se aproximou da comunidade LGBT. Em 2016, o príncipe William foi o primeiro membro da família real a aparecer na capa de uma revista voltada ao público, quando fez parte de uma edição da revista “Attitude”

(PORTAL R7)

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