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Laudo aponta imperícia de construtora e negligência da UEM em queda de laje em obra que matou trabalhador

Acidente ocorreu em 25 de junho no Bloco Q-07, que estava em fase de construção no campus sede da universidade. Quatro pessoas ficaram feridas e uma morreu.

Postado em 10/08/2022 às 04:39 | Atualizado em 10/08/2022 às 04:40

Laudo aponta imperícia de construtora e negligência da UEM em queda de laje em obra que matou trabalhador

Laudo aponta imperícia de construtora e negligência da UEM em queda de laje em obra que matou trabalhador

Laudo da Polícia Científica apontou imperícia de construtora e negligência da Universidade Estadual de Maringá (UEM) em queda de laje em obra que matou trabalhador. O documento é de segunda-feira (8). Veja detalhes mais abaixo.

O acidente ocorreu em 25 de junho no Bloco Q-07, que estava em fase de construção no campus sede da universidade. Cinco trabalhadores ficaram feridos. Um deles ficou mais de três horas aguardando para ser resgatado.

Robert Moisés Caetano, de 27 anos, morreu em 21 de julho no Hospital Santa Casa de Maringá.

Segundo a UEM, no momento da concretagem da última laje, ainda vazia, as escoras não aguentaram e o conjunto de caixaria e ferragem ruíram.

Laudo
Pelo contrato, a UEM precisava fornecer todos os projetos à construtora e era responsável por designar um engenheiro ou arquiteto da universidade para fazer a fiscalização da obra.

A perícia apontou que houve negligência da UEM, por não ter fornecido projetos complementares de escoramento e fôrmas.

Segundo o documento, a UEM também não fez a fiscalização adequada, permitindo a construção da estrutura sem os devidos projetos.

A imperícia da construtora também foi apontada como outra causa do acidente, já que ela executou a construção da estrutura de madeira do escoramento da laje sem o projeto, expondo as pessoas presentes na obra a uma condição insegura de trabalho.

Ainda conforme o documento, a construtora também não apresentou comprovação de treinamento para o trabalho em altura do funcionário que morreu.

Um inquérito foi aberto por homicídio culposo, lesão corporal e desabamento.

O delegado responsável pelo caso disse à RPC que, com o laudo em mãos, vai ouvir testemunhas. Ele não deu um prazo para conclusão do inquérito.

O que diz a construtora
A Mondeo Construtora afirmou que está analisando o laudo para verificar o que ocasionou o acidente, "de forma que maior juízo de valor seria equivocado, uma vez que o inquérito ainda não se encerrou".

"Diversas causas podem levar a acidentes como o do ocorrido. Esta construtora busca auxiliar nas investigações, inclusive com a realização de novos laudos idôneos e imparciais, que em tempo oportuno serão anexados ao inquérito, para averiguar as causas reais do incidente".

A construtora disse que sempre buscou tomar todos os cuidados e seguir as normas relacionadas à segurança do trabalho, com o objetivo de diminuir os danos e perigos.

"A Mondeo Construtora reitera as condolências aos familiares e amigos do colaborador Robert Moisés Caetano".

O que diz a UEM
A Universidade Estadual de Maringá informou que tem conhecimento do laudo da Polícia Científica e o analisará. Disse também que aguarda a conclusão do laudo interno para se manifestar.

"A universidade continua à disposição das autoridades para sanar eventuais dúvidas e ressalta que cumpriu todos os ritos previstos na legislação com relação ao Bloco Q-07".

(PORTAL G1)

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