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Menino com paralisia cerebral passa por cirurgia após campanha para arrecadar R$ 120 mil

Lorenzo de Jesus Lima Veiga em 3 anos e nasceu com paralisia cerebral grau quatro. A família, que mora em Ourinhos (SP), criou uma campanha na internet para conseguir arcar com os custos do procedimento que pode ajudá-lo a andar e foi realizado em Teresin

Postado em 28/08/2021 às 14:30 | Atualizado em 28/08/2021 às 14:36

Lorenzo tem a 3 anos e por conta da paralisia cerebral e mesmo após alguns tratamentos, ele não consegue andar — Foto: Arquivo pessoal

Lorenzo tem a 3 anos e por conta da paralisia cerebral e mesmo após alguns tratamentos, ele não consegue andar — Foto: Arquivo pessoal

O menino Lorenzo de Jesus Lima Veiga, de 3 anos, que mobilizou as redes sociais e os moradores de Ourinhos em uma campanha para arrecadar R$ 120 mil para uma cirurgia conseguiu o valor necessário e passou pelo procedimento na manhã deste sábado (28).

O procedimento foi realizado em Teresina (PI) e, segundo a família que promoveu a campanha nas redes sociais e também vários eventos para arrecadar o valor, representa a esperança do Lorenzo se desenvolver e andar.

O menino, que mora na cidade do interior de SP, nasceu com prematuridade extrema e chegou a ficar 102 dias no hospital, sendo 99 deles na UTI. O diagnóstico de paralisia cerebral grau quatro foi dado quando a equipe médica percebeu que Lorenzo não estava respondendo aos tratamentos para o seu desenvolvimento, conforme conta a mãe, Carla Renata Lima Veiga.

“Ele teve alta, veio para casa, e estava bem e recebendo acompanhamento com fisio, fono. Mas passado algum tempo ele não tinha atingido todo o desenvolvimento de toda a parte motora como as outras crianças que faziam o mesmo acompanhamento. Lorenzo não conseguia sentar, nem levantar o pescoço, aí a fisioterapeuta pediu para passar na neuro.”

A doença afetou os membros superiores e inferiores do pequeno Lorenzo e a cirurgia, chamada de rizotomia dorsal seletiva, pode ser uma chance para que ele consiga andar. Os pais começaram a fazer pesquisas para entender mais sobre o procedimento e buscar casos bem sucedidos. Nesse caminho, encontraram um médico de Teresina no Piauí, que é referência no assunto.

 

A cirurgia foi marcada para este mês de agosto após o Lorenzo passar por 3 consultas online com o especialista Francisco de Alencar e uma presencial que foi realizada em março deste ano.

Foi a partir daí que a família iniciou a campanha para arrecadar o valor necessário para o procedimento, que custa R$ 95 mil, para a reabilitação que gira em torno de R$ 5 mil e os gastos durante os dois meses que Lorenzo, a mãe e a fisioterapeuta precisarão ficar em Teresina após a cirurgia.

A família fez um pacote de R$ 120 mil para cobrir essas despesas e com a campanha conseguiu arrecadar pouco mais que esse valor.

A tia de Lorenzo, Taiza Novaes Rosa Lima informou que a cirurgia terminou por volta das 12h50 deste sábado e ocorreu tudo bem. "A gente queria agradecer todo mundo que ajudou a tornar realidade o nosso sonho. Nós conseguimos."

A cirurgia pela qual Lorenzo passou é considerada delicada, mas em entrevista ao G1 em junho, a mãe do menino explicou que a paralisia cerebral é condição que ainda não tem cura e, por isso, os procedimentos para auxiliar no desenvolvimento dos pacientes são uma forma de tornar possível que crianças como o Lorenzo tenham mais qualidade de vida.

 

“Ainda não descobriram a cura para uma criança com paralisia, mas temos meios para melhorar a qualidade de vida. Lorenzo dá os estirões e na hora de andar a perninha dele cruza e isso é um estímulo que o cérebro manda. A cirurgia é feita na altura da medula e vai tirar a lâmina da medula reserva e cortar as raízes nervosas que mandam a estimulação para essa espacidade”, explica Carla.

Ainda que o menino precise de cuidados e tenha limitações por conta da paralisia cerebral mesmo após o procedimento, essa pode ser uma chance para que Lorenzo consiga se movimentar e até mesmo interagir com outras crianças.

“Ele tem um andadorzinho especial e as crianças que moram perto de casa amam ele, aí pedem ‘tia bota ele no andador pra vir’, porque querem interagir. Essa cirurgia é um sonho nosso, poder proporcionar essa melhora na qualidade de vida dele. Ele fala muito pouco, mas só com os olhinhos parece que ele fala ‘mãe obrigada por tudo’", diz Carla.

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